Displasia coxofemoral e de cotovelo
A displasia coxofemoral é doença ortopédica de maior diagnóstico entre os cães (King, 2017), sendo caracterizada pela má formação da articulação. Os primeiros sintomas podem dar-se aos 4-5 meses quando o cão mostra intolerância ao exercício e claudicação ao iniciar um movimento ou depois de um exercício prolongado.
É alta a probabilidade de se fazer um diagnóstico incorreto em animais jovens, especialmente antes do fechamento das placas epifisárias, uma vez que as alterações radiológicas são mais perceptíveis nos animais adultos (Wallace, 1987). É possível se realizar previas em animas jovens (a partir de 4 meses), mas o exame definitivo se dá através do raio-X das articulações realizada por um médico veterinário credenciado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária em animais com 24 meses.
Classificação do grau de displasia:
HD- (grau A) – articulação normal / livre de displasia / isenta de displasia
HD+/- (grau B) – quase normal / próxima do normal
HD+ (grau C) – displasia leve
HD++ (grau D) – displasia moderada
HD+++(grau E) – displasia severa
A displasia coxofemoral e de cotovelo, é uma afecção poligênica, a qual tem seu desenvolvimento influenciado por fatores tanto ambientais quanto hereditários. Em vista disso sua incidência pode ser reduzida com programas de seleção para cruzamentos, sendo que os aspectos clínicos são minimizados com controle nutricional, restrição de pisos escorregadios e evitando-se o excesso de exercícios na fase jovem. Fatores com efeitos protetores também são descritos na literatura como polissulfatos de glicosaminoglicanos e exercício precoce moderado ao ar livre.
Vale lembrar que a displasia é uma doença do desenvolvimento, complexa e multifatorial, ou seja, poligênica com influência ambiental, dessa forma, reprodutores normais também poderão gerar filhotes displásicos. É necessário um trabalho de várias gerações para conseguir aumentar a probabilidade sensivelmente de não termos filhotes com esse problema, por esse motivo é tão importante a realização dos exames nas matrizes e reprodutores. Mesmo em cães geneticamente predispostos à displasia, o manejo adequado com o controle dos fatores ambientais que contribuem para a doença podem evitar que a displasia seja expressa ou em que grau (King, 2017).
De 194 raças de cães avaliadas no banco de dados da OFA americana, os shelties se encontram, nesse momento, na posição 163.